
O ano da pandemia se encerrou com o melhor resultado em 12 anos para a Gerdau. A produtora de aços origem gaúcha teve em 2020 a maior geração de caixa ajustada desde 2008: ganhou R$ 7,7 bilhões antes de descontar juros, impostos, depreciação e amortização. O lucro líquido foi de R$ 2,4 bilhões, 86% acima do ano anterior.
Ao apresentar os dados, na quarta-feira (24), o CEO da companhia, Gustavo Werneck, fez questão de dizer que o resultado não se deve apenas à alta de preço do aço, que quase dobrou no ano passado, mas afirmou não ver "possibilidade, no curto prazo, de redução de custos".
"Houve crescimento muito significativo dos custos ao longo de 2019, especialmente do minério de ferro e da sucata, que é muito importante para a Gerdau. O atual patamar de preço consegue mitigar esse aumento de custos. Vemos à frente equilíbrio entre oferta e demanda, que permitirá a recomposição de estoques, mas não possibilidade, no curto prazo, de redução de custos", respondeu Werneck à pergunta da coluna sobre o futuro dessa relação.
Segundo o executivo, houve um intenso trabalho nos últimos cinco anos que melhoraram os resultados no ano passado, além do preço: o grupo vendeu negócios com margens menores, passou por uma profunda transformação cultural e digital que permitiu "capturar oportunidades" e ainda reduziu custos fixos graças ao forte crescimento no volume de vendas. Além disso, priorizou o atendimento ao mercado interno, já que as exportações têm margens menores.
Na Juntos Somos Mais, plataforma de venda ao varejo lançada em 2018 com Tigre e Votorantim, a receita chegou a R$ 7,4 bilhões em 2020. exemplificou Werneck. Foi R$ 1 bilhão acima do ano anterior. O executivo caracterizou esse negócio como "maior ecossistema do varejo da construção civil e observou:
– Aço também se vende em plataformas digitais, sim, é uma realidade na Gerdau.
Os melhores resultados permitiram à empresa retomar investimentos que haviam sido suspensos em 2020. Para o ano passado, a previsão de aportes da Gerdau era de R$ 2,6 bilhões, e foi cortada em R$ 1 bilhão. Esse valor passou a engordar a projeção para este ano, que atinge agora R$ 3,5 bilhões. Werneck também mencionou a volta às aquisições, o que despertou o interesse da coluna, mas o diretor financeiro, Harley Scardoelli, esclareceu que o movimento é pontual, não volumoso como foi no passado.
Fonte: GaúchaZH
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