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As ações de Vale e Petrobras, as mais importantes na carteira teórica do Ibovespa, estão intimamente ligadas às dinâmicas dos mercados do minério de ferro e do petróleo. E em 2025 essas commodities devem continuar sujeitas a dois fatores principais: as perspectivas de crescimento da economia da China e os conflitos geopolíticos, em especial no Oriente Médio e na Ucrânia.

Para onde vai a economia da China?

A desaceleração do crescimento da economia da China nos últimos anos tem sido uma preocupação crescente para as commodities. Afinal, o país asiático com sua política de alto crescimento foi durante muitos anos crucial para manter em alta o nível de demanda por petróleo e minério, com a força dos seus setores industrial e imobiliário.

Após a pandemia de covid-19, esse ritmo de crescimento foi se reduzindo, principalmente após a crise do mercado imobiliário chinês, que levou à falência da gigante Evergrande, maior incorporadora do país, em janeiro de 2024.

Para 2025, o foco dos mercados está nas promessas de estímulos econômicos feitas recentemente pelo Politburo, principal órgão político do Partido Comunista da China. Em comunicado divulgado no início de dezembro, o comitê se comprometeu a implementar uma política fiscal "mais proativa" e uma postura monetária "moderadamente frouxa" no ano que vem.

O órgão, que reúne as 24 autoridades mais poderosas do país asiático sob a liderança do presidente Xi Jinping, sinalizou ainda a intenção de impulsionar o consumo "vigorosamente", melhorar a eficiência dos investimentos e expandir a demanda doméstica "em todas as direções".

O banco Julius Baer avalia que o tom positivo das falas do governo chinês dá ao mercado esperanças de mais estímulos no futuro, incluindo no setor imobiliário. Já para o TD Securities, a sazonalidade nas narrativas de estímulo chinesas não tende a apoiar mais entusiasmo nos mercados até nos aproximarmos da reunião orçamentária do país em março, mas os sinais continuam apoiando o otimismo ao menos por enquanto.

Conflitos geopolíticos seguem no radar

Na frente geopolítica, as perspectivas são mais pessimistas. Começando pela relação entre Estados Unidos e China, que deve ficar mais tensa no primeiro ano de Donald Trump como presidente americano, e passando pelos conflitos no Oriente Médio e na Ucrânia.

"Economicamente, a ameaça de uma guerra comercial global desencadeada por tarifas dos EUA tem importância significativa, potencialmente paralisando o crescimento e alimentando políticas protecionistas", afirma em relatório a consultoria Rystad Energy.

No caso das guerras, ainda há impasse em torno de um possível cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Palestina, e a derrubada do governo de Bashar Al-Assad na Síria trouxeram um tempero a mais de incerteza ao Oriente Médio. E, na Ucrânia, ainda há o temor de uma escalada do conflito com a Rússia.

Vale lembrar que uma explosão de conflitos eleva a incerteza em torno dos preços principalmente do petróleo, já que a guerra traz o risco de redução da oferta da commodity no mercado - o que, como consequência, pode elevar os preços tanto do Brent quanto do WTI.

Quais são as perspectivas para o petróleo em 2025?

O ano de 2025 deve ser caracterizado por um ambiente de oferta elevada de petróleo no mercado internacional, segundo analistas, o que tende a reduzir os preços. Por outro lado, os conflitos geopolíticos e uma possível retomada da demanda chinesa podem apoiar o mercado.

"Estamos passando de uma época de escassez de energia para uma época de abundância de energia", afirma em relatório o CEO e fundador da Rystad Energy, Jarand Rystad. "Adições de capacidade em combustíveis fósseis e renováveis ultrapassarão os aumentos na demanda no ano que vem."

Com isso, acrescenta Rystad, diante de um mercado de petróleo com excesso de oferta, a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) pode precisar estender seus cortes de produção até 2025 para proteger os preços do petróleo.

Estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) colocam o petróleo Brent, referência para a Petrobras, numa média de preços de US$ 76 em 2025. Neste ano, marcado pela volatilidade do mercado, os preços oscilaram entre US$ 75 e US$ 95.

Quais são as perspectivas para o minério de ferro em 2025?

O preço do minério em 2025 está intimamente ligado ao nível de demanda da China e da estratégia do governo chinês em relação aos novos incentivos à economia local, segundo Mary Silva, analista do BB Investimentos (BB-BI). Além disso, o risco de aumento das tensões comerciais entre China e EUA também é um fator importante.

"Diante desse cenário, estimamos um preço médio de US$ 92 por tonelada [do minério de ferro ] para 2025", afirma a analista. Essa faixa representaria uma queda de 16% em relação à média de 2024 até novembro.

Ainda na China, projeções recentes da Associação Mundial do Aço (WSA, na sigla em inglês), indicam uma queda de 1% na demanda chinesa por aço em 2025 ante 2024, que pode ser contida caso haja uma intervenção governamental mais efetiva de apoio à economia e ao setor imobiliário em relação às que foram adotadas até agora.

Vale ressaltar que o aço, produto feito a partir do minério de ferro, é crucial para a dinâmica de preços da commodity.

Fonte: InvesTalk
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 18/12/2024

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